1
Da janela da villa se abria uma vista deslumbrante: um gramado verde bem cuidado, espreguiçadeiras brancas, e na piscina, as meninas em trajes de banho coloridos brincavam sob a supervisão da babá. Mais adiante, havia o belo Mar Mediterrâneo, com sua água de cor incrível, os reflexos do sol e os iates brancos. Maio tinha sido quente e ensolarado.
Marina tomou um gole de água mineral gelada; nos últimos dias, o calor estava insuportável, embora a temperatura não fosse tão alta. As meninas certamente estavam se divertindo. Aurora e Cristina pareciam duas pequenas diabinhas, bronzeadas, com cabelos escuros e encaracolados, vivas e travessas. Bem, nada surpreendente, eram todas como o pai.
Alessandro, por outro lado, era completamente diferente: sério, reflexivo, um verdadeiro homenzinho. Ele tinha os mesmos olhos castanhos e o olhar atento do pai. Marina nem queria imaginar quantos corações ele partiria quando crescesse. Sem falar que, com quase cinco anos, já enlouquecia todas as meninas e a professora da escola que frequentava.
Essa villa foi um presente de Francesco, como ele havia prometido: os presentes de um amante deveriam ser ainda mais bonitos do que os de um marido, e assim ele fez. Vlad o observou com um olhar sombrio por uma semana, mas depois se acalmou. Fachada branca, piscina luxuosa e praia privativa. Muito caro, mas valeu a pena.
Homens adultos e respeitáveis, mas na verdade meninos. E para que ela precisaria de uma villa? Mas acabou sendo até melhor, aqui era mais seguro. Marina já estava cansada dos nervos gastos alguns anos atrás, e o passado de seus amados homens estava longe de ser perfeito e justo; inimigos sempre existem.
Ela olhou de lado, a segurança estava escondida na sombra, e aumentava sempre que Francesco e Vlad iam para a Hungria. Lá estava o negócio, a escola esportiva infantil de Vlad, o hotel dele, e aqui Vlad também abriu um clube de fitness com seções para crianças. Francesco planejava comprar um restaurante. A vida não parava, todos estavam ocupados, e não simplesmente tomando sol, embora pudessem fazer isso facilmente.
Ela olhou para o telefone, precisava mandar um carro para buscar Alessandro na escola particular. Queria ir ela mesma, mas desistiu, e não havia mensagens nem chamadas dos homens.
Ela não conseguia suportar fisicamente quando eles partiam. Continuava preocupada que algo pudesse acontecer, e certamente algo ruim. Mas logo afastava esses pensamentos. Há dias ela tinha sensações estranhas, acordava excitada de manhã, com a camisola grudada no corpo suado. Muito estranho.
Ela se afastou da janela, sentou-se à escrivaninha, precisava revisar os documentos do hotel enviados pelo gerente. Claro, administrar à distância não era como estar no local, mas Marina achava que daria conta. Foi uma sorte encontrar um gerente competente, afinal, ela não queria vender o hotel, como Francesco insistia. Ela tinha muito apego a esse lugar.
Ela tomou mais um pouco de água, estava quente, o ar-condicionado funcionava bem.
Precisava revisar o menu e ligar para os convidados convidados para o aniversário de Francesco. Não, Marina não podia acreditar que ele já tinha cinquenta anos, era impossível. Desde o momento em que se conheceram, ele se tornou ainda mais charmoso e misterioso, com o mesmo olhar que a fazia arrepiar.
Marina nem ouviu a porta se abrir, virou-se rapidamente, depois gritou, saltando e correndo para abraçar o homem, sentindo seus braços fortes ao redor de seu corpo.
Ela o apertava com mais força, enquanto Vlad, levantando-a do chão, a girava levemente no ar, beijando-a na cabeça.
Eu também senti sua falta, querida.
E onde está Francesco? O que aconteceu com ele?
Ela tentava ler em seus olhos, como se buscasse a resposta de que tudo estava bem e que ele apareceria a qualquer momento. Que essência estranha ela tinha, às vezes o medo a dominava, pensando que poderia perder algum deles. Que, por exemplo, Francesco poderia encontrar outra mulher? Que ele se cansaria da união a três? Teoricamente poderia acontecer. Por que não? Somos todos pessoas com nossas fraquezas e vícios.
Ela precisava buscar Alessandro.
Ele já chegou. Nós vamos cuidar das crianças, além disso, Francesco trouxe um monte de presentes. Vá tomar um banho.
Eu pedi para não dar presentes, vocês estragam as crianças.
Oh, a mãe severa acordou. Nós mimamos nossos filhos o quanto quisermos. Não fique com ciúmes, mulher, também tem um presente para você.
2
- Papai! Papai! Papai voltou!
As meninas pulavam na piscina, agitando os braços com suas coloridas boias de natação.
– Claro que voltei. Como poderia não voltar para vocês? E trouxe um grande saco de presentes – Vlad se aproximou, cumprimentou a babá que cuidava das meninas, tirando a camisa e as calças e jogando-as na espreguiçadeira.
– Vamos nadar! Vamos nadar! – Cristina e Aurora sorriam ainda mais, nadando rapidamente em direção a Vlad e abraçando-o de ambos os lados.
– Vocês são realmente minhas princesinhas preferidas.
Ele as beijava uma por uma, sentindo uma felicidade incrível se espalhar pelo corpo. Como não amá-las? Não amar a mãe delas? Não amar Alessandro, tão sério, mas ainda assim seu filho.
– Meninas, vocês se comportaram bem? Obedeceram a mamãe e a babá?
– Sim, muito bem.
– Ei, pessoal, venham aqui – gritou Francesco, que segurava Alessandro nos braços, ficando à sombra.
– Alessandro, Alessandro, venha aqui – as meninas chamavam em coro.
Francesco olhou feliz para Vlad e depois para seu filho. Ele tinha quase cinco anos, mas já era tão sério e pensativo.
– Alessandro, como está indo na escola?
– Tudo bem, estamos aprendendo espanhol e também inglês.
– Oh, que ótimo. Você gosta de aprender idiomas?
– Sim, é interessante.
– E o que mais vocês fazem? – Francesco estava curioso para conversar com seu filho; ele não era tão afetuoso com ele como com as meninas, mas conversava de igual para igual, como se fosse um homem, embora pequeno.
– Stefan, quando soube que eu tenho dois papais, disse que eu deveria dar um para ele, porque ele tem duas mamães.
– Oh, e quem é Stefan?
– Um amigo meu da escola. Eu disse que não daria nenhum.
– E não te surpreendeu ele ter duas mamães?
– Não, não me surpreendeu.
– De fato, por que deveria te surpreender? – Francesco sorriu, beijou seu filho na bochecha, Alessandro fez uma careta, mas o abraçou em resposta, encostando sua bochecha na barba áspera do pai. – Talvez devêssemos ir para a piscina, olha como eles estão se divertindo?
– Vamos – Alessandro sorriu e olhou para o pai.
Marina saiu do chuveiro, enrolada em uma toalha. Pegou um vestido leve do guarda-roupa, jogou a toalha de lado e começou a se olhar involuntariamente no grande espelho.
Ela já tinha trinta e oito anos, naturalmente, o corpo após duas gestações não era perfeito, mas ainda assim estava em boa forma. Pele lisa e bronzeada, os seios haviam aumentado ao longo dos anos.
Como ela viveria sem eles? Sem seus homens? Era assustador imaginar não ter Alessandro e as meninas. Ela continuaria se lembrando de seu primeiro amor envenenado.
Pela janela aberta do quarto, ouviam-se os gritinhos e risadas das crianças. Ela colocou a lingerie, o vestido, e saiu. A água da piscina estava borbulhando, Aurora e Cristina escalavam Vlad e pulavam na água gritando, até Alessandro subia nele. Francesco os borrifava com água.
Perto deles corria o labrador Charlie, que havia sido trazido com eles, circulando a piscina e latindo ruidosamente. Parecia que havia um carnaval em sua villa.
Eram incríveis, fortes, em boa forma, não parecia possível que Francesco fizesse cinquenta anos no dia seguinte. Ninguém acreditaria nesse número. Os convidados chegariam, Marina tinha preparado uma surpresa, seria divertido.
– Mamãe, venha para cá – Alessandro a chamava acenando com a mão. – Olha o que eu sei fazer.
Ele subiu na borda e pulou na água juntando as pernas. Marina riu, estava tão feliz de vê-los todos juntos, mas de repente se sentiu mal, levou os dedos aos lábios. Correu para o banheiro e vomitou quase só água, a testa coberta de suor.
– Deus, o que eu devo ter comido para estar tão mal assim?
Ao anoitecer, as crianças se acalmaram, cansadas de brincar, e ela não estava se sentindo muito bem, não jantou nada. Esperava que tudo corresse bem no dia seguinte, não queria estragar a festa de Francesco. Ela adormeceu imediatamente, sem esperar que os homens voltassem do escritório, onde discutiam sobre o trabalho. No dia seguinte, ela precisava acordar cedo, verificar a entrega dos alimentos, os garçons, o cozinheiro que chegaria, e levariam um belo bolo.
– Francesco, que horas são?
– Ainda é cedo, durma.
– Não, o que você diz, não consigo dormir.
Marina sentou-se na cama, olhando ao redor. Estava no quarto deles, com móveis brancos, piso acinzentado e elementos decorativos, tudo bonito e de bom gosto, escolhido por ela, e decorou toda a casa.
– Feliz aniversário, meu amor – inclinou-se para beijar Francesco, acariciando sua bochecha com a mão. – Eu te amo, você sabe disso.
– Claro que sei, querida, obrigado. E eu também te amo muito.
A mão com a tatuagem acariciava seus cabelos, beijava seus lábios macios, tão carinhosa e sonolenta.
– Onde está Vlad?
– Provavelmente na academia.
3
– Ela é linda demais.
– Você tem razão. Minha esposa é a mulher mais bonita do mundo.
– Sabe, toda vez que você diz "esposa", me dá vontade de te dar um soco. Eu devia ter casado com ela, pena não ter insistido.
– Nesse caso, eu é que te daria um soco.
Os homens estavam impassíveis, observando Marina caminhar em direção a eles ao longo da piscina, entre os convidados que estavam no gramado da villa, decorado com guirlandas coloridas e balões. O sol já estava se pondo no mar, o calor tinha diminuído, nas mesas havia petiscos, bebidas alcoólicas e velas.
Marina usava um belíssimo vestido longo cor de pêssego: um decote profundo que destacava o busto, apertado na cintura e solto na parte inferior, revelando sutilmente o joelho e um pouco da coxa enquanto ela caminhava.
– Deveríamos proibir ela de usar esses vestidos; metade dos homens aqui já virou o pescoço para olhá-la.
– O que você acha da festa? – Marina se aproximou, balançando os quadris de forma provocante, abraçou Francesco pela cintura e olhou nos olhos dele.
– Tudo está maravilhoso, amor, mas você não precisava.
– Como assim, não precisava? Ainda tem uma surpresa. Uma surpresa doce.
Ela o beijou nos lábios suavemente, se aconchegou a ele e piscou para Vlad, depois olhou para as crianças brincando no gramado, com os seguranças correndo atrás delas e o cachorro. A felicidade pairava no ar.
Não havia muitos convidados, não era um grande evento social, mas era bom ver rostos familiares, embora Francesco dissesse que poderia ficar sem isso. Ilona tinha vindo com o filho, o marido, como de costume, estava em uma missão. Aquele homem alto que Marina tinha visto algumas vezes, Vincenzo, estava com a esposa. Marina ainda não a conhecia, mas a mulher era muito chamativa e bonita, e Vincenzo não tirava os olhos dela, sempre segurando sua mão.
Havia alguns casais vizinhos, o diretor do hotel, o senhor Antônio, que era o fiduciário, com uma jovem que ria tão alto de todas as suas piadas que fazia todos rirem ao redor.
– O que o Vlad te deu de presente?
– Uma arma.
– Como assim, uma arma? Que tipo de arma? Tem armas em casa?
– Marina, tem seguranças armados em casa. Isso não te preocupa?
– Tem algo que eu não saiba? O que está acontecendo? – Marina colocou as mãos na cintura e lançou um olhar fulminante para seus homens maravilhosos. Mas nem mesmo a aparência deles poderia ajudar.
– Estamos em apuros. Cheira a escândalo e divórcio.
– Vocês estão fazendo as mesmas coisas de novo? Não entendo essas ausências frequentes, essas viagens, esses segredos. Querem me deixar sozinha com as crianças?
O clima mudou instantaneamente, os olhos dela se encheram de lágrimas, Marina balançou as mãos para não chorar de verdade e estragar a bela maquiagem. E, além disso, ela realmente tinha medo de que algo acontecesse com eles.
– Ah, amor, por que você está chorando? – Francesco a puxou para si, abraçando-a e apertando-a com força.
– Quando penso no que aconteceu naquela vez, minhas mãos tremem. Tenho tanto medo de perder vocês dois. Ultimamente, tenho pensado que você poderia conhecer outra mulher e nos deixar. Me deixar. Vlad é meu marido, e acho que para ele seria mais difícil encontrar outra, acredito. Seria uma grande porcaria.
– Veja só os pensamentos que você tem. Vlad, você ouviu? Nossa mulher já inventou uma série inteira sobre quem deixaria quem. Uma série de crime. Ninguém vai a lugar nenhum e ninguém vai conhecer mais ninguém. Como você pensa nessas coisas? Voltamos só por você, paramos por você. E ninguém está envolvido em nada. Vlad estava brincando sobre a arma.
Francesco fez um gesto ameaçador para Vlad com o punho, mas de forma que Marina não visse.
– Claro que eu estava brincando, Marina, o que você tem?
– E eu vou te sufocar pessoalmente se você fizer algo estúpido.
Agora o clima tinha mudado de novo, Marina se afastou um pouco de Francesco, ajeitando o cabelo, apontando o dedo para o peito de Vlad.
– Eu avisei, e não brinque. Eu disse tudo. Agora, a surpresa.
– Espere, Marina, não tem mais nada que você queira nos dizer?
– O que você quer dizer?
Vlad segurava-a pelo cotovelo, olhando-a nos olhos, e seu olhar a fez arrepiar.
– Pense, querida.
– Em quê? Não estou entendendo.
Marina realmente não entendia o que eles queriam dizer. O que os homens queriam? Por que estavam olhando para ela daquele jeito, os dois ao mesmo tempo? Na cozinha estava o bolo, tão bonito e delicioso, e ainda haveria fogos de artifício.
– Ah, amor. Quem quis algo salgado ontem? Quem teve enjoo esta manhã? – Francesco falava em voz baixa, com doçura, acariciando o cotovelo dela. – E essas mudanças de humor?
Marina abriu levemente a boca, olhando para seus homens. Os pensamentos corriam em sua cabeça como baratas. Era isso mesmo. Ela captou o pensamento certo e segurou o braço de Vlad.
– Estou grávida?
– Bem, não somos ginecologistas, mas notamos os sinais óbvios.
– Não posso acreditar. É verdade? Será possível?
– Marina, não nos assuste.
– Não, vocês têm certeza?
– Por que deveríamos ter certeza? Você que tem que nos dizer.
– Não sei. Talvez. Não sei – os olhos estavam arregalados, refletindo as luzes das guirlandas.
– Então, amanhã iremos ao médico e descobriremos tudo.
– Ao médico?
– Ou ao zoológico?
– Vocês estão brincando?
Francesco e Vlad riram alto.
– Você deveria se ver de fora.
– Grávida? Não pode ser – ela colocou a mão na barriga, pensando. – Então era por isso que eu estava passando mal, lembram? Três semanas atrás, eu tive febre. Vlad também ficou doente por minha causa.
– Sim, foi como uma enfermaria, depois as crianças também adoeceram.
– Eu tomei antibióticos.
– Calma, querida, vai dar tudo certo, amanhã vamos esclarecer tudo.
Francesco a puxou para si, inalando o perfume dos cabelos dela e beijando-a na cabeça. Só Marina pode ser tão carinhosa, divertida, incrível. Eles terão outro bebê, não é essa a maior felicidade?
– Pelo menos agora sabemos de quem é. Feliz aniversário de novo – Vlad ergueu o copo em um brinde, bebeu e, inclinando-se, beijou Marina nos lábios.
– Um presente maravilhoso, meu amor.
– Mas eu tinha preparado um presente completamente diferente – Marina estava em estado de choque. Como não percebeu o óbvio? Ela estava completamente relaxada.
– Qual?
Como pode ser? Ela é uma mulher adulta, deveria conhecer seu próprio corpo e entender essas coisas. E agora, é como se tivesse dezoito anos e estivesse descobrindo que está grávida dos seus homens, sem nem suspeitar.
Isso significa estar relaxada demais, completamente imersa em sua nova vida. Ela nunca esteve preparada para nenhuma de suas gestações: Alessandro foi como um presente do céu, as gêmeas foram inesperadas e difíceis, e agora, é assustador e completamente incompreensível como isso vai terminar.
– A surpresa será depois. Agora, o bolo.
Ela fez um sinal para alguém, afastando os pensamentos ruins, a música começou a tocar, um garçom trouxe um bolo lindo, os convidados se aproximaram, as crianças pulavam e batiam palmas.
– Agora o aniversariante vai apagar as velas e fazer um pedido.
Marina, segurando a mão de Francesco, o levou até o bolo. O homem sorriu, fazia muito tempo que ninguém organizava uma festa assim para ele. Havia tantas velas, até demais. Mas ele não tinha nada para desejar, todos os seus desejos já tinham se realizado, graças a essa mulher incrível e ao seu amor.
Mas que venha mais um menino.
Ele apagou rapidamente as velas, as crianças ajudaram, todos o parabenizaram mais uma vez, Marina o abraçou e o beijou, Francesco a segurou firmemente.
– Você fez um pedido?
– Claro.
– Vai me contar?
– Não.
– Faz bem em não contar, senão não se realiza.
– Vai se realizar com certeza.
Depois todos comeram o bolo juntos, riam, as crianças sujavam o cachorro com bolo e, junto com ele, toda a equipe de segurança com chocolate. Mas quando o céu escuro foi iluminado pelos primeiros fogos de artifício, todos ficaram em silêncio, admirando as luzes coloridas que caíam diretamente no mar.
Vlad segurava as gêmeas no colo, que gritavam de alegria a cada explosão e se agarravam ao pescoço dele. Francesco segurava Alessandro nos braços e abraçava Marina.
– Eu te amo, tudo vai ficar bem – ele sussurrou baixinho, mas Marina entendeu tudo, só homens apaixonados podem olhar assim, como faziam Francesco e Vlad.
– Eu te amo – ela apertou-o com mais força, abraçando Vlad com a outra mão.
Claro que tudo vai ficar bem, não pode ser diferente.




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